O tema desse artigo é a ressocialização de egressos do sistema penitenciário, inserida em uma seara de estudos sobre criminalidade e violência desenvolvidos pela Sociologia e suas áreas afins. Grande parte dos estudos que vêm sendo desenvolvidos tratam da criminalidade a partir da perspectiva institucional, fazendo análises de prisões, manicômios judiciários, 2 instituições de adolescentes infratores. Há, ainda, muitos estudos que buscam compreender se existe um processo de ressocialização dentro da prisão. Esses trabalhos buscam investigar a temática do trabalho prisional, verificando que, mais do que conseqüências positivas aos presos depois de sair da prisão, esse trabalho tende a trazer-lhes vantagens durante o cumprimento da pena, pela distinção que faz entre “criminosos natos” e “presos trabalhadores”. A contribuição do trabalho prisional dá-se na esfera simbólica, pois consegue estabelecer pólos distintos entre presos trabalhadores e presos comuns, entre trabalhadores e “vagabundos”, perpetuando as categorias trazidas de fora, das classes populares.