É notória a importância da mídia e seu fundamental papel para a operacionalização da democracia. Entretanto,
vislumbra-se no cenário atual a mídia como propagadora de medo e de conceitos pré-instituídos de modo a
defender interesses e ideias de classes dominantes do poder. Neste sentido, percebe-se a veiculação de matérias
carregadas de etiquetamento social e estereótipos atribuídos, geralmente, a pessoas provenientes de classes
baixas, com características culturais, econômicas, sociais e políticas diversas daquelas defendidas pelos meios de
comunicação de massa. Por isso, se afirma que a imagem da criminalidade e a cultura do medo difundida a partir
do alarme social encontram-se vinculadas às imagens veiculadas na mídia do que ao crime concreto, motivo pelo
qual os efeitos dos meios de comunicação de massa distorcem a percepção real ao atrelar ao crime uma
percepção imaginária da criminalidade de rua, manipulando a notícia de forma a perpetuar a cultura de medo.
Assim, percebe-se que a mídia revela uma criminalidade a partir do etiquetamento da pessoa por meio dos
processos de interação social, considerando o ‘criminoso’ como uma qualidade a ser selecionada. Para a
confecção do presente artigo, utiliza-se o método de abordagem dedutivo.