2020 será marcado por décadas como
o ano em que a Terra precisou parar e
se reinventar; o ano em que o sonho profético de Raul Seixas, narrado em um dos seus
sucessos musicais de 1977, transformou-se
em realidade e seus efeitos têm colocado à
prova a capacidade da humanidade em administrar conflitos e emergências. E, como
é típico em momentos de crises, a forma
como cada nação está lidando com a pandemia de Covid-19 diz muito sobre sua história, seus dirigentes, suas instituições e sobre
o seu patamar civilizatório.
No caso brasileiro, com mais de 150 mil
mortes até o começo de outubro, a pandemia de Covid-19 revelou não só a força de
milhões de brasileiros e brasileiras dispostas a arregaçar as mangas e enfrentar o
novo coronavírus com as armas da ciência e
do conhecimento, mas também a capacidade de mobilização e superação de uma sociedade dinâmica e plural, mesmo diante da
popularidade de um presidente da República negacionista e despreocupado com vidas.