A vida do recluso é marcada por agressões físicas e psicológicas.
A submissão do preso às experiências carcerárias repercute na assimilação
da cultura prisional por meio de um processo descrito como
“prisonalização”, “prisonização” ou institucionalização. Estudado por
sociólogos, psicólogos, psiquiatras, filósofos e juristas, o fenômeno se
revela a maneira como os reclusos são moldados pelo ambiente
institucional mesmo após a sua libertação. É a partir da “prisionalização”
que as tradições, valores, atitudes e costumes impostos pela população
carcerária são apreendidos pelos internos, como uma forma natural de
adaptação ou até mesmo de sobrevivência ao rígido sistema prisional.
Este trabalho visa a analisar o impacto da cultura prisional em indivíduos
libertos. Para isso, foi realizado um estudo bibliográfico a fim de perceber
de que modo e em que intensidade os aspectos da cultura penitenciária
interferem na socialização do indivíduo. As transformações variam e
atingem o egresso em diferentes níveis, tais como no hábito de comer
e agir, e nas estruturas de linguagem. Esse impacto pode ocorrer em
dimensões muito maiores, que variam desde o aumento da agressividade
à extrema passividade. Como uma das conseqüências, tem-se o alto
índice de pessoas que reincidem no crime; segundo INALUD/Brasil
equivale a 70%
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