No dia da defesa de sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo (19 de dezembro de
2011), Bruna Angotti fez uma breve apresentação oral deste trabalho que, com
muita satisfação, na qualidade de orientadora, eu vi germinar, ganhar corpo e
florescer. Lembro-me dela comentar, na ocasião, o quanto certos temas acompanham um(a) pesquisador(a) e o quanto, às vezes, lacunas bibliográficas são
mais significativas do que densos conjunto de dados.
Sou testemunha da pertinência desse seu comentário, pois, na pesquisa que
embasa este livro, ela não só relaciona vários temas que a acompanharam ao
longo de suas graduações em Ciências Sociais e em Direito (instituições prisionais, delinqüência feminina, mulheres presas), como, ao fazerem-nos confluir em função da problemática do surgimento dos presídios femininos no país,
preencheu uma lacuna no campo dos estudos penitenciários brasileiros.
O resultado é um texto que articula, inédita e primorosamente, fontes diversas (periódicos, fotos e estatísticas); componentes teóricos advindos da criminologia, do direito penal e da antropologia; além de informações relevantes
sobre uma ordem religiosa que teve destaque no cenário das políticas públicas
penitenciárias do Brasil, na primeira metade do século XX.