A oferta de trabalho e de qualificação profissional para pessoas privadas
de liberdade e egressas do sistema prisional ainda enfrenta uma série de
desafios no Brasil. De acordo com o Levantamento Nacional de Informações
Penitenciárias (Infopen), somente 17,5% de um total de 726 mil indivíduos
presos estavam envolvidos em atividades laborais em junho de 2017. O
percentual relacionado ao acesso à educação era ainda menor, de 10,6%.
O momento de saída do cárcere é de especial vulnerabilidade. São
frequentes os relatos de pessoas que, após o cumprimento de suas penas,
deixam unidades sem vale-transporte, documento ou emprego. No primeiro
semestre de 2017, o sistema prisional brasileiro registrou quase 170 mil
saídas, o que dá a dimensão do quadro.
As condições adversas não impedem, no entanto, o surgimento de esforços
com o objetivo de mudar esse cenário. As iniciativas têm natureza variada e
incluem ações voltadas para o trabalho e para a qualificação profissional de
pessoas presas, egressas e seus familiares. Podem ser implementadas não
apenas pelos executivos estaduais, mas também por outros atores, como
prefeituras, Judiciário e sociedade civil.