Os fracassos da política penal
encarceradora no Brasil são amplamente
conhecidos: ao invés de promover a
ressocialização e reintegração, a prisão
gera estigmatização, ruptura de vínculos
sociais, exclusão e aumento de conflitos. O
sistema penal costuma operar a partir de
uma lógica de intervenção punitivista, que
apenas amplifica processos de violência e
violação de direitos.
Particularmente preocupante é a tendência
que se verifica entre as mulheres
encarceradas. Embora elas constituam
minoria no sistema prisional (6,9% do total,
segundo dados do Infopen de junho/2014),
há um aumento expressivo do
encarceramento feminino. Entre 2010 e
2014, a população carcerária feminina
cresceu 567,4%, enquanto a masculina
teve um aumento de 220,20%.