“São 5 mil presos num espaço para 1,8 mil. A maioria das celas está em ruínas. Imagine,
então, que numa galeria para 150, estão 450 presos. Nestas galerias, sem divisão alguma,
os presos se misturam em grandes bandos.” Assim o jornalista gaúcho Daniel Scola
descreve o caos do Presídio Central de Porto Alegre. Ele é um retrato do sistema prisional
gaúcho e brasileiro. “Muitas pessoas me perguntam qual é a marca de um presídio”,
relata o jornalista. E responde: “Para mim, é o cheiro de esgoto”. Sim, o sistema prisional
brasileiro e gaúcho exala um cheiro fétido de decomposição.
Contribuem nesta edição da revista IHU On-Line, além do jornalista supracitado, o
também jornalista e ex-deputado federal Marcos Rolim, e a Profa. Dra. Maria Palma
Wolff. Esta é assistente social e pesquisadora sobre o tema prisões, violência e direitos
humanos, e apresenta um panorama sobre o Presídio Feminino Madre Peletier, localizado
na capital gaúcha.
Já abordada nas páginas do sítio do Instituto Humanitas Unisinos — IHU, a dramaticidade
do caso do Presídio Urso Branco, de Porto Velho, RO, é refl etida pelo jovem advogado
paranaense Gustavo Dandolini, por Paulo Tadeu Barausse, padre jesuíta, e pela advogada
Tamara Melo, da ONG Justiça Global, do Rio de Janeiro.