Este trabalho apresenta parte dos resultados de uma investigação de caráter qualitativo
voltada para o aprofundamento da temática da reintegração social, entendida como
a ação efetivamente promovida pelo Estado diante do desafio posto pela reincidência
criminal. Trata-se de um tema polêmico no interior do debate sobre a questão penitenciária,
que coloca em confronto os céticos ao sistema prisional, descrentes na sua capacidade
de reintegrar socialmente o preso, e os reabilitadores, que acreditam na possibilidade de
recuperação do indivíduo em privação de liberdade e na função social do sistema
(Bitencourt, 2007; Julião, 2009; Sá, 2005; Baratta, 2007).
Buscou-se levantar as iniciativas existentes, as estratégias de implementação e o desenvolvimento
das ações, as percepções sobre a reintegração social desde a perspectiva dos diferentes atores
envolvidos, considerando suas diferentes inserções no mundo institucional: juízes;
operadores da execução penal e agentes envolvidos na execução dos programas (profissionais
da equipe técnica dos órgãos de governo, agentes penitenciários, professores, assistentes
sociais, psicólogos); presos e internos.