PRIVATIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS NO BRASIL: UMA REAVALIAÇÃO DA PROPOSTA APÓS EXPERIMENTAÇÃO EM ALGUNS ESTADOS ANTE A SUA PRETENSÃO EM CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO.

A inquestionável ineficácia do sistema prisional brasileiro, na busca da realização das funções da pena e a influência dos Estados Unidos no mundo ocidental foram fatores que possibilitaram o surgimento no Brasil da proposta de privatização dos estabelecimentos prisionais, como forma de serem regularizados problemas de há muito constatados no âmbito do sistema prisional, os quais não foram solucionados pelo Estado. Referida proposta anuncia uma melhoria na qualidade dos serviços ofertados não somente aos presos como também a toda a sociedade, possibilitando, com isso, um avanço em termos de desenvolvimento humano, à medida que proporciona à população ganhos relativos à qualidade de vida. A presente pesquisa, no entanto, pretende demonstrar que a proposta de privatização dos estabelecimentos prisionais não traz consigo embasamento teórico satisfatório para lhe conceder credibilidade, limitando-se a reparar alguns pequenos problemas num universo de inúmeros outros e, mesmo assim, somente em alguns estabelecimentos prisionais e a custos elevados, em detrimento de diversos outros estabelecimentos prisionais mantidos diretamente pelo Estado, tratandose, pois, de um paliativo a mais em meio a tantos outros, para um problema que é, antes de tudo, social e, portanto, complexo, e que, justamente por isso, não pode ser resolvido de forma pontual, sem que toda a problemática da criminalidade e da pena seja enfrentada em sua essência, a partir de investimentos em diversas áreas sociais como um todo.

Maria do Rócio

Atualizado dia: 29/07/2023

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