Inspirados em Howard Zehr (2014), no contexto da prática de
crimes e de conflitos, somos desafiados a trocar a lente retributiva (que
dá uma resposta punitiva pronta sem verificar as necessidades da
vítima ou do ofensor) por lentes restaurativas que ampliam o campo
de visão a partir dos interesses da vítima, do ofensor, dos familiares, dos
amigos, da sociedade, enfim.
Ocorrem hoje profundas transformações políticas, sociais,
ambientais, econômicas e tecnológicas que indicam a necessidade
de uma análise sistêmica a fim de compreender a complexidade que
informa o ser humano.
Se no passado, aprendemos (os operadores do direito): “o
que não está nos autos de processo não está no mundo”, sabe-se hoje
que o valor Justiça muitas vezes não se encontra limitado aos autos de
processo.