Assassinadas por parceiros ou ex, por familiares ou desconhecidos,
estupradas, esganadas, espancadas, mutiladas, negligenciadas, violentadas
por instituições públicas, invisibilizadas: mulheres morrem barbaramente
todos os dias no país, mas os feminicídios não emergem como uma realidade
intolerável para o Estado e nem para grande parte da sociedade.
A naturalização de construções culturais que hierarquizam vidas é
determinante para que algumas sejam zeladas e outras não, determinando
quais podem ser tiradas sucessivamente, com alto grau de impunidade
perante os poderes públicos e a população – como os feminicídios, o
genocídio da população negra e os crimes associados à LGBTfobia.