O presente texto é fruto de desdobramentos de uma pesquisa que teve início com o curso
de mestrado e continuidade no curso de doutorado. Esse trabalho trás uma reflexão acerca
dos resultados obtidos através de políticas públicas na área da segurança que possuem o
encarceramento em massa como uma das principais ferramentas para a punição.
Buscaremos compreender como a adoção dessas políticas públicas de segurança
promotoras de encarceramento maciço provoca consequências profundas nas sociedades
que as adotam. Apresentaremos resultados de pesquisas realizadas por entidades
especializadas corroborando que os desdobramentos obtidos com essas políticas de
encarceramento correm na direção contrária dos objetivos que se deseja atingir quando se
isola o sujeito que se desvia das normas. No limite, espera-se, por exemplo, que ao isolar
tal sujeito os índices de criminalidade e violência diminuam. No entanto, em grande parte
dos casos ocorre exatamente o oposto. Diante disso, objetivamos a partir da análise de
referenciais teóricos consagrados compreender como o encarceramento em massa no Brasil
influenciou o surgimento de grupos criminosos organizados que se espalham pelo país,
muitas vezes se utilizando da expansão do sistema carcerário que, de certa forma, funciona
como uma rede que alarga a atuação desses grupos criminosos. Buscaremos, além disso,
fazer um resgate bibliográfico acerca do tema, não somente no Brasil, porém, visando
apresentar que para além das nossas fronteiras as políticas públicas de segurança, acima
apresentadas, também produ