O lançamento desta obra de Paulo Freire em português se dá no momento em que o educador
brasileiro retorna de quinze anos de exílio. Retorna ao Brasil “distante do qual estava há 14 anos,
mas distante do qual nunca estava também”, como declarou ele no ano passado, quando foi
impossibilitado de participar do I Seminário de Educação Brasileira, porque lhe fora negado o
passaporte. Indagado ao descer hoje no aeroporto de Viracopos se havia acompanhado a evolução
política e educacional do país, Paulo Freire disse ter feito o impossível para isso e acrescentou: “mas
a cada momento eu descubro que é indispensável estar aqui para melhor entender toda a atual
realidade. Quinze anos de ausência exigem uma reaprendizagem e uma maior intimização com o
Brasil de hoje.” Com a modéstia intelectual que sempre o caracterizou ele volta disposto a percorrer
mais uma etapa nesta sua permanente “aprendizagem”.