Os textos que compõem este pequeno volume, com exceção de apenas um, “Alfabetização como
elemento de formação da cidadania”, foram escritos no decorrer de 1992 e discutidos em reuniões
realizadas ora no Brasil, ora fora dele.
Há uma nota que os atravessa a todos: a reflexão político-pedagógica. É esta nota que, de certa
maneira, os unifica ou lhes dá equilíbrio enquanto conjunto de textos.
Gostaria de tecer uns poucos comentários nesta espécie de conversa direta com os seus prováveis
leitores em torno de dois ou mais pontos de reflexão político-pedagógica a eles sempre presente.
O primeiro a sublinhar é a posição em que me acho, criticamente em paz com minha opção
política, em interação com minha prática pedagógica. Posição não dogmática, mas serena, firme,
de quem se encontra em permanente estado de busca, aberto à mudança, na medida mesma em
que, de há muito, deixou de estar demasiado certo de suas certezas.
Quanto mais certo de que estou certo me sinto convencido, tanto mais corro o risco de dogmatizar
minha postura, de congelar-me nela, de fechar-me sectariamente no ciclo de minha verdade.